quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Na noite de terça-feira (03/11) celebramos dois grandes momentos: O aniversário do primeiro ano de sacerdócio do nosso vice-reitor, Padre Francismário Araújo e a admissão as ordens sacras dos seminaristas do curso de teologia. O rito de admissão é dado ao candidato que se coloca a disposição da formação do seminário para que num processo de maturação possa atender devidamente às qualidade. A eucaristia foi presidida pelo Arcebispo Coadjutor Dom Zanoni Castro, com a presença de diversos sacerdotes, familiares e amigos. 





























s necessárias para no futuro receber o sacramento da ordem.

sábado, 22 de agosto de 2015

Frutos da noite de espiritualidade

Toda última sexta-feira do mês, a nossa casa de formação proporciona aos seminaristas uma noite de silencio e oração. E nesta, ( 21/08) não foi diferente. Uma reflexão conduzida pelo reverendíssimo vice-reitor Pe. Francismário Araújo, falando sobre realidade do amor.
Acompanhe uma poesia feita pelo seminarista Antonio Marinho, fruto da noite de espiritualidade.



Silenciar

Noite de silenciar,
Noite para orar,
Padre Mário a nos falar,
Do silêncio a catequizar.

Do amor a nos falar
E o evangelho a proclamar.
Do amor viver e o tempo enlarguecer.

Kairós, a espera do Senhor,
Que somente é amor.
O coração a abrir e o amor de Cristo sentir.

Ágape, amor sem idade,
Amor que não cobra valor.
O amor, ah o amor é o bem do amado,
Que ninguém faz escravo.

Ah! O amor brotou do coração aberto
A todos convidou...
“Amar o próximo como a ti mesmo!”

O amor é doador, gratuito, serviçal,
O amor é bem sem igual,
O amor da cruz é imensamente,
O amor da cruz imensurável.

O amor é acolhedor. É convidativo.
“ Vinde a mim vós todos.”
É o convite do Redentor,
Que é puramente amor.

Deus caritas est, Bento pregou,
Os fiéis assim se alegrou,
Pois sabem que Deus é amor.






Seminarista Antonio Marinho



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Vocação


Escreveu o Papa Francisco: “A vocação é fruto que amadurece no terreno bem cultivado do amor de uns aos outros, que se faz serviço recíproco, no contexto de uma vida eclesial autêntica. Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si”.

Todos nós desejamos uma vida bem vivida. Almejamos uma vida com sentido. Nossas buscas, projetos e sonhos se sustentam a partir de um horizonte de vida sólido. A pergunta, talvez, sempre necessária, é: o que significa uma vida, uma existência com sentido? A partir de onde se encontra sentido para a própria vida? Aqui certamente se expressa o nobre, digno e necessário serviço junto, especialmente, a nossos adolescentes de orientar, dialogar e auxiliar; afinal, perceber qual o caminho de vida que vem ao encontro das tendências, dotes e mesmo necessidades pessoais, nem sempre é tarefa fácil.
Uma história, pertencente à tradição hebraica, pode auxiliar na compreensão dos desafios característicos quanto à necessidade de realizar uma opção de vida. Diz a história: “Um certo rabi procurou seu mestre, suplicando-lhe: ‘Indicai-me um caminho universal para o serviço a Deus’. O mestre respondeu: ‘Não se trata de dizer ao homem qual caminho deve percorrer, porque existe uma estrada por meio da qual se segue a Deus por meio do estudo, outra, por meio da oração, e outra, por meio do jejum, e ainda outra comendo! É tarefa de cada homem conhecer bem a direção de qual estrada o atrai, o próprio coração e depois escolher aquela estrada com todas as forças’”.

A pessoa humana é única. Possui uma tarefa intransferível. Cada ser humano é convocado a testemunhar sua irrepetibilidade. Para isso, se faz necessário o conhecimento de si mesmo, das próprias qualidades e tendências essenciais. Considerando esse conjunto de elementos, é possível sondar um caminho de vida.

A escolha de um caminho de vida requer muito mais que a opção por uma determinada profissão. Profissão tem a ver com preparação técnica, competência, eficiência produtiva, ganha-pão, função social, status, reconhecimento externo. Tudo isso pressupõe decisão pessoal, realização, chamado interior, paixão, amor e gosto pelo que se faz, ou seja, pressupõe vocação. Assim, retomando a história da tradição hebraica, pode-se perceber que o “serviço de Deus” requer muito mais que somente profissionalismo. Exige escuta do próprio coração, para conhecer bem a direção de qual estrada ele o atrai.

A vocação se orienta eminentemente para um futuro. Ela se realiza, sim, no presente, mas orientada para um futuro. Por isso, pode-se afirmar que vocação é uma tarefa em constante realização. Da profissão, nos aposentamos. Já aquilo que denominamos vocação perpassa todas as fases da existência.

A escuta do próprio coração requer sintonia, escuta, disposição para acolher aquilo que a vida solicita. Escuta e compreende tal solicitação quem cultiva a afeição, a cordialidade, o amor, o respeito pela própria condição. Para nós, cristãos e cristãs, a condição é de filhos e filhas, seguidores e seguidoras do Senhor, caminho, verdade e vida.

Jesus – caminho, verdade e vida – percorria as cidades e aldeias... Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como um rebanho de ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe” (Mt 9,35-38).


Oxalá possamos cooperar para que homens e mulheres, especialmente os adolescentes e jovens, saibam e possam corresponder à vocação recebida, e serem no mundo cooperadores do Senhor na construção do Seu Reino!

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre

domingo, 5 de julho de 2015

Divórcio e Recasamento


Por Robert Spaemann

As estatísticas de divórcio nas sociedades ocidentais modernas são catastróficas. Eles mostram que o casamento não é mais considerado como uma realidade independente, que transcende a individualidade dos cônjuges, uma realidade que, pelo menos, não pode ser dissolvida pela vontade individual de um dos parceiros. Mas ele pode ser dissolvido pelo consentimento de ambas as partes, ou por vontade de um Sínodo ou de um Papa? A resposta deve ser negativa, pois, como o próprio Jesus declara explicitamente, o homem não pode separar o que o próprio Deus uniu. Tal é o ensinamento da Igreja Católica.

A compreensão cristã do que seja uma boa vida afirma a sua validade para todos os seres humanos. No entanto, mesmo os discípulos de Jesus ficaram chocados com as palavras de seu Mestre: “Não seria melhor”, questionaram eles, “nunca se casar?”. O espanto dos discípulos ressalta o contraste entre o modo de vida cristão e o modo de vida dominante no mundo. Quer se queira quer não, a Igreja no Ocidente está a caminho de se tornar uma contracultura, e seu futuro agora depende principalmente se é capaz, como o sal da terra, de manter o seu sabor e não ser pisada pelos homens.

A beleza do ensinamento da Igreja pode brilhar somente quando ele não está diluído. A tentação de diluir a doutrina é reforçada nos dias de hoje por um fato perturbador: os católicos estão se divorciando quase tão frequentemente quanto os não-católicos. Algo está claramente errado. Não faz sentido pensar que todos os católicos divorciados e novamente casados ​​no civil começaram seus primeiros casamentos firmemente convencidos de sua indissolubilidade, e, em seguida, mudaram de ideia ao longo do caminho. É mais razoável supor que eles entraram no matrimônio sem se dar conta claramente do que estavam fazendo. E o que eles fizeram, em primeiro lugar, se resume em: dar um passo definitivo, sem retorno (ou seja, até a morte), de modo que a própria ideia de um segundo casamento simplesmente não deveria existir para eles.

Infelizmente, a Igreja Católica não é isenta de culpa. A preparação para o matrimônio cristão, muitas vezes, não consegue dar aos casais de noivos uma imagem clara das implicações de um casamento católico. Se isso fosse feito de forma eficaz, muitos casais, muito provavelmente, decidiriam não se casar na Igreja. Para outros casais, é claro, uma boa preparação para o casamento daria um impulso útil à conversão. Há um apelo imenso na ideia de que a união de um homem e uma mulher está “escrita nas estrelas”, e que nada poderá destruí-la, seja “em tempos bons ou ruins”. Esta convicção é uma fonte maravilhosa e emocionante de força e alegria para os cônjuges que passam por crises conjugais e que procuram dar vida nova ao seu antigo amor.

Em vez de reforçar o apelo natural e intuitivo da permanência conjugal, muitos clérigos, incluindo Bispos e Cardeais, preferem recomendar, ou pelo menos considerar, outra opção, que é uma alternativa ao ensinamento de Jesus e, basicamente, uma capitulação para o modo de pensar do mundo. O remédio para o adultério provocado pelo novo casamento dos divorciados, dizem-nos, não é mais a contrição, a renúncia e o perdão, mas a passagem do tempo e do hábito, como se a aceitação social geral e o nosso conforto pessoal com as nossas decisões tivessem um poder quase sobrenatural. Essa alquimia supostamente transformaria um concubinato adúltero – que chamamos de “segundo casamento” – em uma união aceitável que pode ser abençoada pela Igreja em nome de Deus. Dada essa lógica, é claro, seria simplesmente justo que a Igreja abençoasse uniões homossexuais também.

Mas essa forma de pensar é baseada em um profundo erro. O tempo não é criador. A sua passagem não restaura a inocência perdida. Na verdade, a tendência é que ele amplie a entropia, ou seja, a desordem. Cada instância de ordem na natureza é arrancada das garras da entropia e ao longo do tempo eventualmente cai sob o seu domínio, mais uma vez. Como Anaximandro afirma, “De onde as coisas surgem, é para lá que elas devem eventualmente retornar, de acordo com o tempo determinado”. Seria errado remontar o princípio da decadência e morte como algo bom. Não devemos confundir o amortecimento gradual do sentido do pecado com o seu desaparecimento, e nos liberar de nossa responsabilidade para com ele.

Aristóteles ensinou que existe um mal maior no pecado habitual do que em um único lapso acompanhado pela picada de remorso. O adultério é um caso em questão, especialmente quando ao novo e legalmente sancionado “recasamento”, isto é quase impossível desfazer sem grande dor e esforço. Tomás de Aquino usa o termo perplexitas para caracterizar casos como estes. São situações a partir das quais não há escapatória que não incorra em culpa de um tipo ou de outro. Até mesmo um único ato de infidelidade embaraça o adúltero na perplexidade: ele deve confessar a traição ao seu cônjuge ou não? Se ele confessar, ele talvez consiga salvar o casamento e, em qualquer caso, ele evitaria uma mentira que acabaria por destruir a confiança mútua. Por outro lado, uma confissão poderia representar uma ameaça ainda maior para o casamento do que o próprio pecado (e é por isso que muitas vezes os sacerdotes aconselham os penitentes a não revelarem a infidelidade de seus cônjuges). Note-se, a propósito, que Santo Tomás ensina que nós nunca tropeçamos em uma perplexidade sem alguma medida de culpa pessoal, e que Deus permite isso como um castigo para o pecado que, inicialmente, leva-nos para o caminho errado.

Permanecer com nossos irmãos cristãos no meio das perplexidades do novo casamento, mostrar-lhes empatia e assegurar-lhes a solidariedade da comunidade é uma obra de misericórdia. Mas os admitir à comunhão sem contrição e regularizar a sua situação seria uma ofensa contra o Santíssimo Sacramento – mais uma entre as muitas que são cometidas hoje. A instrução de Paulo sobre a Eucaristia na Primeira Carta aos Coríntios culmina com uma advertência contra a recepção indigna do corpo de Cristo: Aquele que come e bebe indignamente come e bebe a própria condenação. Por que os reformadores litúrgicos atacam estes versos decisivos da segunda leitura para a Missa da Quinta-feira Santa e em Corpus Christi, assim como em todas as festas? Quando toda a congregação se levanta para receber a Comunhão, domingo após domingo, é de se perguntar: será que as paróquias católicas agora são exclusivamente constituídas de santos?

Mas ainda há um último ponto, que por todos os direitos deve ser o primeiro. A Igreja admite que lidou com o abuso sexual de menores sem consideração suficiente para as vítimas. O mesmo está se repetindo aqui. Tem alguém sequer mencionado as vítimas? Alguém está falando sobre a mulher cujo marido a abandonou e seus quatro filhos? Ela poderia estar disposta a aceitá-lo de volta, só para garantir que as crianças fiquem bem, mas ele tem uma nova família e não tem nenhuma intenção de voltar.

Enquanto isso, o tempo passa. O adúltero gostaria de receber a Comunhão novamente. Ele está pronto para confessar sua culpa, mas ele não está disposto a pagar o preço, ou seja, uma vida de continência. A mulher abandonada é forçada a assistir, enquanto a Igreja aceita e abençoa a nova união de seu marido. Como que para adicionar insulto à injúria, seu abandono recebe um selo de aprovação eclesiástica. Seria mais honesto substituir o “até que a morte os separe” por “até que o amor de um de vocês cresça friamente” – fórmula que já está sendo seriamente recomendada. Falar aqui de uma “liturgia da bênção” e não de um novo casamento diante do altar é uma artimanha enganosa, que simplesmente joga areia nos olhos das pessoas.

Robert Spaemann é professor emérito de Filosofia na Universidade de Munique.

Fonte: http://www.firstthings.com/article/2014/08/divorce-and-remarriage

Tradução: Viviane da Silva Varela e Pe. Anderson Alves

domingo, 31 de maio de 2015

           Coroação de Maria, Mãe de Deus e da Humanidade


É tradição dos devotos de Nossa Senhora finalizar o mês de maio com a cerimônia de Coroação de Nossa Senhora.  Qual o significado deste ato de fé para nós?  Será simplesmente uma representação teatral em que crianças vestidas de anjo colocam uma coroa sobre a cabeça de uma imagem?
 Para o devoto, coroar Nossa Senhora é demonstrar que a reconhece como rainha.  Rainha de um reino que não é o desse mundo, mas, sim, o reino sonhado por Deus para seus filhos e filhas.  Na história da vida humana de Jesus, Maria tem o papel fundamental.  Seu "sim" sela a encarnação do Filho de Deus como homem e com sua aceitação ela demonstra que é possível uma pessoa fazer de sua vida uma constante escuta da vontade de Deus.
 Maria: filha, mulher, mãe.  Filha de pais fiéis a Deus, recebeu deles a educação que lhe abriu o coração para conhecer o Pai do Céu e escutar-Lhe as palavras.  Mulher, engajou-se no seu tempo a prestar atenção aos anseios daqueles que a cercavam e soube fazer de seu serviço uma interceder contínuo pela humanidade.  Mãe, constituiu a personalidade de seu único Filho, ensinou-lhe os passos e fundamentou seu conhecimento de Deus com aquilo que lhe era revelado.  Maria humana, gente, pessoa, que com todas as limitações próprias de sua natureza pode dizer "sim" e ensinar à humanidade a também dizer "sim".


Por isso reconhecê-la como rainha é dar um lugar de destaque à humanidade daquela mulher que enveredou por um caminho desconhecido pelo puro amor a Deus.   Mulher que sentiu a dor do parto, a dor da partida, a dor da perda.  Mulher que trabalhou, que cuidou de sua família, que acompanhou a lida do outro como aquela que oferece o descanso e o alimento.  Mulher que recebeu de seu filho o beijo carinhoso, o reconhecimento do colo, o sorriso cúmplice daqueles que partilham o mesmo entendimento do mundo.  Por sua "humanidade humana" Maria se torna rainha: por ser o exemplo capaz de mostrar a cada um de nós que é possível chegar ao reino que Deus nos prepara.  Basta dizer que sim, que em minha vida seja feita a vontade do Senhor.
Papa Francisco pede renovação no anúncio do Evangelho


Participantes da Plenária do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização foram 
recebidos em audiência pela papa Francisco na manhã desta sexta-feira, 29, no Vaticano. Em seu discurso, Francisco falou sobre a relação entre evangelização e catequese e recordou que é preciso ler os sinais dos tempos para anunciar, da melhor maneira possível, a mensagem de Cristo. Ele ressaltou que a missão é sempre idêntica e que anunciar o Evangelho requer renovação, com sabedoria pastoral.
“Isto é o que os homens esperam hoje da Igreja: que saiba caminhar com eles oferecendo a companhia do testemunho da fé, que nos torna solidários com todos, em especial com os mais sós e marginalizados. Quantos pobres aguardam o Evangelho que liberta! Quantos homens e mulheres, nas periferias existenciais geradas pela sociedade consumista, aguardam a nossa proximidade e a nossa solidariedade”, disse Francisco. 
Urgência da catequese. Para o papa, “o Evangelho é o anúncio do amor de Deus que, em Jesus Cristo, nos chama a participar da sua vida".
No contexto da nova evangelização, Francisco lembrou que a catequese é fundamental e requer coragem, criatividade e decisão para empreender caminhos às vezes ainda inexplorados. 
“A catequese, como componente do processo de evangelização, precisa ir além da simples esfera escolar, para educar os fiéis, desde crianças, a encontrar Cristo, vivo e operante na sua Igreja. O desafio da nova evangelização e da catequese, portanto, se joga justamente neste aspecto fundamental: como encontrar Cristo, qual é o local mais coerente para encontrá-lo e segui-lo", acrescentou.


terça-feira, 26 de maio de 2015

Papa Francisco divulga mensagem para o Dia Mundial das Missões 2015

                        Mensagem do papa Francisco para o dia mundial das missões

"Queridos irmãos e irmãs

O Dia Mundial das Missões 2015 se realiza no contexto do Ano da Vida Consagrada e recebe um estímulo para a oração e a reflexão. Na verdade, se todo batizado é chamado a testemunhar o Senhor Jesus proclamando a fé recebida como um presente, isso vale, de modo particular, para a pessoa consagrada, pois entre vida consagrada e missão existe uma ligação forte. O seguimento a Jesus, que determinou o surgimento da vida consagrada na Igreja, responde ao chamado a tomar a cruz e segui-Lo, a imitar a sua dedicação ao Pai e seus gestos de serviço e amor, e a perder a vida para reencontrá-la. Como a existência de Cristo tem um caráter missionário, os homens e mulheres que o seguem mais de perto assumem plenamente esse mesmo caráter.

A dimensão missionária, que pertence à própria natureza da Igreja, é intrínseca a todas as formas de vida consagrada, e não pode ser negligenciada sem deixar um vazio que desfigura o carisma. A missão não é proselitismo ou mera estratégia; a missão faz parte da “gramática” da fé, é algo imprescindível para quem escuta a voz do Espírito que sussurra “vem” e “vai”. Quem segue Cristo se torna missionário e sabe que Jesus «caminha com ele, fala com ele e respira com ele. Sente Jesus vivo junto com ele no compromisso missionário» (EG, 266).

A missão é ter paixão por Jesus Cristo e ao mesmo tempo paixão pelas pessoas. Quando nos colocamos em oração diante de Jesus crucificado, reconhecemos a grandeza do seu amor que nos dá dignidade e nos sustenta; e no mesmo momento percebemos que aquele amor que parte de seu coração transpassado se estende a todo o povo de Deus e a toda a humanidade; e assim sentimos também que Ele quer servir-se de nós para chegar cada vez mais perto de seu povo amado (cf. ibid., 268) e de todos aqueles que o procuram de coração sincero. No mandamento de Jesus: “ide”, existem cenários e sempre novos desafios para a missão evangelizadora da Igreja. Nela, todos são chamados a anunciar o Evangelho por meio do seu testemunho de vida; e os consagrados, especialmente, são convidados a ouvir a voz do Espírito que os chama para ir rumo às grandes periferias da missão, entre as pessoas que ainda não receberam o Evangelho.

O quinquagésimo aniversário do Decreto conciliar Ad gentes nos convida a reler e a meditar esse documento que despertou um forte impulso missionário nos Institutos de vida consagrada. Nas comunidades contemplativas, retomou luz e eloquência à figura de Santa Teresa do Menino Jesus, padroeira das missões, como inspiradora da ligação íntima da vida contemplativa com a missão. Para muitas congregações religiosas de vida ativa, o anseio missionário que surgiu do Concílio Vaticano II se concretizou com uma abertura extraordinária para a missão ad gentes, muitas vezes acompanhada pelo acolhimento a irmãos e irmãs provenientes de terras e culturas encontradas na evangelização, de modo que hoje se pode falar de uma interculturalidade difundida na vida consagrada. Por esse motivo, é urgente repropor o ideal da missão em seu centro: Jesus Cristo, e em sua exigência: o dom total de si ao anúncio do Evangelho. Não pode haver tratativa sobre isto: quem, pela graça de Deus, acolhe a missão, é chamado a viver de missão. Para essas pessoas, a proclamação de Cristo nas várias periferias do mundo se torna o modo de como viver o seguimento a Ele e a recompensa de muitas dificuldades e privações. Toda tendência que desvia dessa vocação, mesmo que acompanhada por motivos nobres relacionados com as muitas necessidades pastorais, eclesiais e humanitárias, não é coerente com o chamado pessoal do Senhor para servir o Evangelho.

Nos Institutos missionários, os formadores são chamados tanto a indicar com clareza e honestidade essa perspectiva de vida e ação, quanto a influir no discernimento de vocações missionárias autênticas. Dirijo-me de modo especial aos jovens, que ainda são capazes de testemunhos corajosos e atitudes generosas e por vezes contracorrentes: não deixem que lhes roubem o sonho de uma missão verdadeira, de doar-se ao seguimento a Jesus que requer o dom total de si. No segredo de sua consciência, pergunte-se o motivo pelo qual escolheu a vida religiosa missionária e meça a disponibilidade em aceitá-la por aquilo que é: dom de amor a serviço do anúncio do Evangelho, lembrando que, antes de ser uma necessidade para aqueles que não o conhecem, o anúncio do Evangelho é uma necessidade para quem ama o Mestre.

Hoje, a missão enfrenta o desafio de respeitar a necessidade de todos os povos poderem recomeçar de suas raízes e salvaguardar os valores de suas respectivas culturas. Trata-se de conhecer e respeitar as outras tradições e sistemas filosóficos e reconhecer, em cada povo e cultura, o direito de fazer-se ajudar por sua tradição na inteligência do mistério de Deus e no acolhimento ao Evangelho de Jesus, que é luz para as culturas e sua força transformadora.

Dentro dessa dinâmica complexa nos perguntamos: “Quem são os destinatários privilegiados do anúncio evangélico?” A resposta é clara e a encontramos no próprio Evangelho: os pobres, os pequenos e os enfermos, aqueles que muitas vezes são desprezados e esquecidos, aqueles que não podem te retribuir (cf. Lc 14,13-14). A evangelização dirigida preferencialmente a eles é sinal do Reino que Jesus veio trazer: «Existe um vínculo inseparável entre a nossa fé e os pobres. Não os deixemos nunca sozinhos» (EG, 48). Isso deve ser claro, especialmente para as pessoas que abraçam a vida consagrada missionária: com o voto de pobreza se escolhe seguir Cristo nessa sua preferência, não ideologicamente, mas como Ele, identificando-se com os pobres, vivendo como eles na precariedade da existência cotidiana e na renúncia de todo o poder para se tornar irmãos e irmãs dos últimos, levando-lhes o testemunho da alegria do Evangelho e a expressão da caridade de Deus.

Para viver o testemunho cristão e os sinais do amor do Pai entre os pequenos e os pobres, os consagrados são chamados a promover, no serviço da missão, a presença dos fiéis leigos. O Concílio Ecumênico Vaticano II afirmou: «Os leigos colaboram na obra de evangelização da Igreja, participando como testemunhas e como instrumentos vivos da sua missão salvífica» (AG, 41). É necessário que os consagrados missionários se abram sempre mais corajosamente para aqueles que estão dispostos a colaborar com eles, mesmo que por um tempo limitado, por uma experiência a campo. São irmãos e irmãs que desejam partilhar a vocação missionária inerente ao Batismo. As casas e estruturas das missões são lugares naturais para o seu acolhimento e apoio humano, espiritual e apostólico.

As Instituições e Obras missionárias da Igreja estão totalmente a serviço daqueles que não conhecem o Evangelho de Jesus. Para realizar de maneira eficaz esse objetivo, elas precisam dos carismas e do compromisso missionário dos consagrados, mas também os consagrados precisam de uma estrutura de serviço, expressão da solicitude do Bispo de Roma para garantir a koinonia, de modo que a colaboração e a sinergia sejam partes integrantes do testemunho missionário. Jesus colocou a unidade dos discípulos como uma condição para que o mundo creia (cf. Jo 17, 21). Essa convergência não equivale a uma submissão jurídico-organizacional a organismos institucionais ou a uma mortificação da fantasia do Espírito que inspira a diversidade, mas significa dar mais eficácia à mensagem do Evangelho e promover a unidade de propósitos que é também fruto do Espírito.

A Obra Missionária do Sucessor de Pedro tem um horizonte apostólico universal. Por isso precisa também dos muitos carismas da vida consagrada, para se dirigir ao vasto horizonte da evangelização e ser capaz de garantir uma presença adequada nas fronteiras e territórios alcançados.

Queridos irmãos e irmãs, a paixão do missionário é o Evangelho. São Paulo afirmou: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!» (1 Cor 9,16). O Evangelho é fonte de alegria, libertação e salvação para todos os homens. A Igreja é consciente desse dom, por isso não se cansa de proclamar incessantemente a todos «o que era desde o princípio, o que ouvimos e o que vimos com os nossos olhos» (1 Jo 1,1). A missão dos servidores da Palavra - bispos, sacerdotes, religiosos e leigos - é colocar todos, sem exceção, em relação pessoal com Cristo. No imenso campo da ação missionária da Igreja, todo batizado é chamado a viver bem o seu compromisso, segundo a sua situação pessoal. Os consagrados e consagradas podem dar uma resposta generosa a essa vocação universal a partir de uma intensa vida de oração e união com o Senhor e com o seu sacrifício redentor.

Confio a Maria, Mãe da Igreja e modelo de missionariedade, todos aqueles que, ad gentes ou no próprio território, em todos os estados de vida, colaboram com o anúncio do Evangelho e, de coração, concedo a cada um a Bênção Apostólica."

                                 Vaticano, 24 de Maio – Solenidade de Pentecostes – de 2015.

                                                                 Papa Francisco
Fonte: CNBB

segunda-feira, 25 de maio de 2015

                         Papa envia carta por ocasião da beatificação de dom Oscar Romero

“Dom Romero, que construiu a paz com o poder do amor, deu testemunho da fé com sua vida entregue ao extremo”, disse o papa Francisco em carta enviada ao arcebispo de São Salvador e presidente da Conferência Episcopal de El Salvador, dom José Luís Escobar, por ocasião da beatificação de dom Oscar Arnulfo Romero Galdámez. A missa de beatificação, celebrada na Praça do Divino Salvador do Mundo, no último domingo, 24, reuniu mais de 250 mil fiéis, e foi presidida pelo representante do
papa Francisco, cardeal Ângelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
                                

 De acordo com o papa, dom Oscar Romero, que foi pastor da arquidiocese de São Salvador, de 1977 a 1980,  “soube guiar, defender e proteger seu rebanho, em tempos de difícil convivência, permanecendo fiel ao Evangelho e em comunhão com toda a Igreja”. Francisco disse que o ministério de dom Romero se distinguiu pela particular atenção aos mais pobres e marginalizados. “No momento de sua morte, enquanto celebrava o Santo Sacrifício do amor e da reconciliação, recebeu a graça de identificar-se plenamente com Aquele que deu a vida por suas ovelhas”, acrescentou na mensagem.
 Para Francisco, a voz do novo beato continua a ressoar hoje para recordar que a Igreja é família de Deus, na qual não pode haver divisões. “A fé em Jesus Cristo, quando se entende bem e se assume até as últimas consequências, gera comunidade artífices da paz e da solidariedade. A isto é chamada hoje a Igreja em El Salvador, na América e no mundo inteiro: a ser rica em misericórdia, a tornar-se fermento de reconciliação na sociedade”, afirmou.
Ao final da carta, o papa Francisco falou que este é um momento favorável para a reconciliação nacional diante dos desafios atuais. “O papa participa de suas esperanças, une-se a suas orações para que floresça a semente do martírio e se enraízem pelos verdadeiros caminhos para os filhos e filhas desta Nação, que orgulhosamente leva o nome do divino Salvador do mundo”, disse.

A festa litúrgica do novo beato será em 24 de março, dia em que dom Romero foi assassinado por um franco-atirador, em 1980, ao celebrar missa na capela do Hospital da Divina Providência, em São Salvador, em meio a doentes e enfermeiros.

Fonte: CNBB

quarta-feira, 20 de maio de 2015




Nos dias 21 a 23 de maio, na Faculdade Católica de Feira de Santana, acontecerá o Encontro de incentivo à pesquisa científica. Será o primeiro encontro de iniciação cientifica realizado pela Faculdade no qual tratará da importância da pesquisa científica na graduação, buscando despertar nos estudantes de Filosofia e Teologia o gosto e interesse pela pesquisa científica em suas áreas de formação. 
Você também é nosso convidado.  O evento é aberto e gratuito. Não é necessário fazer inscrição.

sábado, 16 de maio de 2015

Enfim, somos a Faculdade Católica de Feira de Santana



Alegramo-nos com está grande notícia. Depois de um longo período espera, finalmente, a nossa Faculdade Católica de Feira de Santana é credenciada e tem seus cursos autorizados a partir da Portaria 426/2015 do MEC.


PORTARIA N 429, DE 29 DE ABRIL DE 2015

O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto no Decreto n 5.773, de 9 de maio de 2006, na Portaria Normativa n 40, de 12 de dezembro de 2007, e no Parecer n 97/2014, da Câmara de Educação Superior, do Conselho Nacional de Educação, conforme consta do processo e-MEC n 201110629, e diante da conformidade do Regimento da Instituição e de seu respectivo Plano de Desenvolvimento Institucional com a legislação aplicável, resolve:


Art. 1 Fica credenciada a Faculdade Católica de Feira de Santana, ser instalada na Avenida Dom Jackson Berenguer Prado, s/n, Bairro Papagaio, no Município de Feira de Santana, no Estado da Bahia, mantida pela Arquidiocese de Feira de Santana, com sede no Município de Feira de Santana, no Estado da Bahia.

Art. 2 O credenciamento de que trata o art. 1 é válido pelo prazo máximo de 3 (três) anos, fixado pelo Anexo IV da Portaria Normativa n 24, de 30 de dezembro de 2014, observado o disposto no art. 4 da Lei n 10.870, de 19 de maio de 2004, bem como o art. 10, § 7 , do Decreto n 5.773, de 9 de maio de 2006.

Art. 3 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RENATO JANINE RIBEIRO