“Dom Romero, que construiu a paz com o poder do amor, deu
testemunho da fé com sua vida entregue ao extremo”, disse o papa Francisco em
carta enviada ao arcebispo de São Salvador e presidente da Conferência
Episcopal de El Salvador, dom José Luís Escobar, por ocasião da beatificação de
dom Oscar Arnulfo Romero Galdámez. A missa de beatificação, celebrada na Praça
do Divino Salvador do Mundo, no último domingo, 24, reuniu mais de 250 mil
fiéis, e foi presidida pelo representante do
papa Francisco, cardeal Ângelo
Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
De acordo com o papa,
dom Oscar Romero, que foi pastor da arquidiocese de São Salvador, de 1977 a
1980, “soube guiar, defender e proteger
seu rebanho, em tempos de difícil convivência, permanecendo fiel ao Evangelho e
em comunhão com toda a Igreja”. Francisco disse que o ministério de dom Romero
se distinguiu pela particular atenção aos mais pobres e marginalizados. “No
momento de sua morte, enquanto celebrava o Santo Sacrifício do amor e da
reconciliação, recebeu a graça de identificar-se plenamente com Aquele que deu
a vida por suas ovelhas”, acrescentou na mensagem.
Para Francisco, a voz
do novo beato continua a ressoar hoje para recordar que a Igreja é família de
Deus, na qual não pode haver divisões. “A fé em Jesus Cristo, quando se entende
bem e se assume até as últimas consequências, gera comunidade artífices da paz
e da solidariedade. A isto é chamada hoje a Igreja em El Salvador, na América e
no mundo inteiro: a ser rica em misericórdia, a tornar-se fermento de
reconciliação na sociedade”, afirmou.
Ao final da carta, o papa Francisco falou que este é um
momento favorável para a reconciliação nacional diante dos desafios atuais. “O
papa participa de suas esperanças, une-se a suas orações para que floresça a
semente do martírio e se enraízem pelos verdadeiros caminhos para os filhos e
filhas desta Nação, que orgulhosamente leva o nome do divino Salvador do
mundo”, disse.
A festa litúrgica do novo beato será em 24 de março, dia em
que dom Romero foi assassinado por um franco-atirador, em 1980, ao celebrar
missa na capela do Hospital da Divina Providência, em São Salvador, em meio a
doentes e enfermeiros.
Fonte: CNBB
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